Quando eu era mais nova, por volta dos 14 ou 15 anos se a memória não me falha, li dentro de muitas das leituras de férias de verão a seguinte frase me marcou “ a dor é inevitável, o sofrimento opcional”. Essa frase dita por Buda (filósofo oriental que viveu por volta de 343- 483 a.c, fundador do budismo) acredito que tenha sido uma das grandes motivadoras da minha curiosidade sobre a psique humana.
Afinal o que nos faz sentir essa angústia e sofrimento constante em relação às situações que vivemos?
Demorei um certo tempo para realmente compreender o sentido da frase mas hoje após algum tempo de estudos é compreensível entender que a dor é inevitável, afinal situações onde constantemente traz mudanças nas nossas emoções são inevitáveis. Ora estamos felizes, oras triste; Ora estamos nos percebendo tranquilos e serenos e ora enxergamos vermelho da raiva, então é compreensível que o sentimento de dor seja inevitável ao longo da nossa existência pois, essa emoção deriva do sentimento angustiante causado por estímulos intensos. Não é incomum encontrarmos em tempos atuais pessoas que estão angustiadas, como se sentissem um grande sentimento de vazio ou que trazem a descrição de estar com “dor na alma “, e é aí que entramos na análise da segunda parte desta frase: “ o sofrimento é opcional”. Passar por situações em nossas vidas, onde nos traz o sentimento de tristeza, é inevitável ao longo das nossas vidas, como por exemplo, quando somos crianças e nos machucamos, ou quando estamos vivendo a emoção do primeiro amor e percebemos que esse amor não existe mais, ou aquela tristeza de ter que pagar o tal do boleto quando se torna adulto, isso são tristezas, são dores. Algumas mais fortes como a perda de alguém que amamos ou outras mais singelas como a tristeza de domingo por saber que segunda teremos que acordar cedo novamente. Todos esses momentos são dores inevitáveis. Agora quando me apego a essas tristezas e dores, quando trago isso junto comigo embaixo do braço, onde não deixo ninguém mais acessar, quando aquela dor se transforma praticamente no meu traço de personalidade… Se transforma em quem eu sou! Aí meus caros amigos, eu estou em um movimento de deixar que esse sofrimento se torne constante, um sofrimento onde não vejo outra opção a não ser sentir mais dor, esse é sofrimento que podemos perceber como opcional, pois quando me permito viver abertamente as emoções, quando me permito sentir a dor de uma tristeza mas também a sensação de vibrar por uma situação feliz, nos damos conta que não é preciso se apegar a somente uma emoção. Que é possível permitir que o sentimento venha, que eu á sinta e que após isso, a deixa ir, pois permitir sentir as emoções é de fato viver.
É necessário nos permitir sentir
É necessário validar o sentimento mas não nos prendermos ou nega-los, pois negar um sentimento existente, tentar coloca-lo no fundo de uma gaveta da nossa mente nos traz a sensação de angústia e mais uma vez, o sofrimento.
Então se dê permissão para chorar tanto quanto para sorrir, permita-se observar seu sentimento de raiva para poder saber o que fazer com ela, permita-se amar a si, amar o outro e ser amado.
E aqui vai 5 dicas para te ajudar a se conectar com seus sentimentos e se permitir sentir.
- Experimente técnicas de relaxamento: a oxigenação do cérebro nos permite pensar com mais clareza.
- Movimente o seu corpo: as atividades físicas liberam hormônios responsáveis pela sensação de bem estar e de relaxamento.
- Medite : a meditação promove concentração e autoconhecimento.
- Procure e aceite ajuda de pessoas próximas : nos conectar com pessoas que amamos libera os hormônios responsáveis pela sensação de prazer
- Considere fazer terapia: afinal é importante falar o que sentimos, pois ao fazer isso conseguimos compreender pontos importantes sobre nós mesmos. Além do mais, não é somente falar e sim, saber com quem falar, e o profissional de psicologia tem as ferramentas necessárias para te ajudar a se expressar.
O autoconhecimento é a melhor forma de entender como nos relacionamos com as nossas emoções e de nos permitir vivê-las.
E aí me conta: o quando você está se permitindo sentir?