O Dia das Mães é uma das datas mais emocionais do ano. As vitrines se enchem de flores, corações, propagandas com músicas tocantes e frases que exaltam o amor incondicional.
Mas hoje, a gente quer conversar com você que é mãe de verdade, no mundo real. Com você que ama seus filhos mais do que tudo, mas que às vezes se sente esgotada, sobrecarregada, e até um pouco invisível.
Sim, é possível amar profundamente e, ainda assim, se sentir exausta.
E isso não te faz uma mãe ruim. Te faz humana.
A romantização da maternidade adoece em silêncio
A maioria das mulheres aprendeu desde cedo que mãe “aguenta tudo”. Que é forte, resiliente, guerreira. Que coloca os filhos sempre em primeiro lugar. E que, se reclama, é porque “não está sabendo agradecer”.
Só que a maternidade real é feita de noites mal dormidas, preocupações silenciosas, autocobrança, medo de errar, culpa por não conseguir dar conta de tudo.
É feita de dias em que você quer sumir por alguns minutos e depois se sente horrível por ter pensado isso.
Esse ciclo de culpa, silêncio e exigência constante vai, aos poucos, minando a saúde emocional. A mulher começa a desaparecer dentro da função de mãe. Esquece de si mesma, de seus desejos, de suas vontades.
E tudo isso vai ficando guardado num cantinho da mente, até que o corpo começa a gritar: dores, crises de ansiedade, insônia, irritabilidade, sensação constante de falha.
Ser mãe também é precisar de cuidado
A neurociência já comprova que o estresse crônico altera estruturas do cérebro e do corpo. A constante sensação de alerta ativa o sistema límbico, deixando você mais reativa, sensível e vulnerável.
Sem pausas, sem acolhimento, sem escuta, a sobrecarga vira sofrimento. E esse sofrimento não precisa ser sua rotina.
Você pode (e merece) ser cuidada.
Você pode sentir raiva, cansaço, tristeza, ambivalência.
Pode amar intensamente e, ainda assim, precisar de um tempo só seu.
Pode olhar no espelho e querer reencontrar aquela mulher que existia antes da maternidade ou que está tentando nascer agora, com a força de todas as versões que já carregou.
Mãe, você também importa
Na EvoluSer, a gente escuta muitas mães dizendo:
“Me sinto culpada só por pensar em fazer algo por mim.”
“Às vezes parece que ninguém vê tudo o que eu carrego.”
“Não tenho tempo nem pra respirar, quem dirá pra cuidar da minha saúde emocional…”
Mas o cuidado emocional não é um luxo. É uma necessidade.
Porque quando a mãe adoece, a família inteira sente.
E quando ela começa a se cuidar, esse cuidado se espalha: nos filhos, nos relacionamentos, na forma como ela se olha e se trata.
A psicoterapia pode ser esse espaço de respiro. Um espaço de escuta, de não julgamento, de reconstrução da autoestima e da identidade.
Um lugar onde você pode ser você sem filtros, sem perfeição, sem medo.
Neste Dia das Mães, não queremos te dar flores.
Queremos te lembrar que você pode se escolher.
E que isso também é amor.