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Burnout e Saúde Mental no Trabalho: O que é e como melhorar?

O ambiente de trabalho pode ser uma fonte importante de desenvolvimento pessoal e profissional, afinal é um dos ambientes que mais compõem nosso cotidiano. Mas também pode apresentar riscos à saúde mental, especialmente em situações de estresse crônico e sobrecarga de demandas. Esse contexto tem levado ao aumento significativo dos casos de Síndrome de Burnout — condição que, desde 2022, passou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional, destacando a necessidade de atenção por parte das empresas e dos próprios colaboradores.

A Síndrome de Burnout é uma condição emocional caracterizada pelo cansaço extremo, tanto físico quanto mental, resultante de uma situação prolongada de estresse relacionado ao trabalho. A OMS define que o burnout ocorre exclusivamente no contexto ocupacional, diferenciando-o de condições como ansiedade e depressão, que podem afetar outros aspectos da vida. Este esgotamento não ocorre de forma imediata, mas sim de maneira progressiva, geralmente em fases:

  • Alerta e Otimismo: Normalmente, a fase inicial é marcada por motivação elevada, onde o colaborador se sente extremamente comprometido e até ansioso para realizar suas tarefas.
  • Desgaste e Frustração: Com o tempo, se não há equilíbrio ou reconhecimento, surgem sentimentos de frustração, apatia e falta de energia.
  • Exaustão e Esgotamento: Aqui, ocorre um desgaste intenso, que pode comprometer a saúde mental e física, levando o colaborador ao afastamento e até a uma crise de identidade profissional.

A identificação dos sintomas e sinais do Burnout é de extrema importância para que o tratamento inicie o quanto antes, devido a seriedade da situação. Os sintomas podem variar, mas alguns são comuns entre a maioria dos afetados:

  • Cansaço extremo e falta de energia, mesmo após uma noite de sono.
  • Redução de desempenho e produtividade, devido à sensação de desânimo.
  • Distanciamento emocional do trabalho e da equipe, criando uma sensação de desconexão com as responsabilidades.
  • Falta de concentração e perda de memória curta, dificultando a execução de tarefas diárias.
  • Irritabilidade, ansiedade e alterações no humor, com frequentes explosões de raiva ou apatia.

Desde que a Síndrome de Burnout foi considerada uma doença ocupacional pela OMS, o Brasil também incorporou a condição na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), sob o código QD85. Essa mudança trouxe implicações legais importantes para empregadores e colaboradores.

Pela legislação brasileira, as empresas devem garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro, conforme previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelo Ministério da Saúde. Casos comprovados de burnout são passíveis de afastamento pelo INSS e, em situações extremas, podem gerar ações trabalhistas contra o empregador. O Artigo 157 da CLT estabelece que cabe ao empregador fornecer medidas preventivas e educativas para evitar condições de trabalho prejudiciais.

  1. Definir Limites e Pausas Regulares
    Uma das formas mais eficazes de evitar o burnout é definir limites de trabalho. Intervalos regulares, como pausas a cada 90 minutos, podem melhorar a concentração e reduzir o estresse. Uma pesquisa da Universidade de Toronto apontou que colaboradores que fazem pausas estruturadas têm um aumento de produtividade de até 13%.
  2. Promover um Ambiente Aberto ao Diálogo
    Muitas vezes, a falta de comunicação entre colaboradores e gestores agrava a sensação de sobrecarga. Empresas que promovem uma cultura de feedback aberto e acolhem as dificuldades relatadas pelos funcionários conseguem reduzir casos de burnout em até 22%, de acordo com a Gallup.
  3. Incentivar o Autocuidado e a Qualidade de Vida
    A empresa pode apoiar o autocuidado dos colaboradores, promovendo ações que incentivem a prática de atividades físicas, programas de apoio psicológico e técnicas de relaxamento, como meditação ou mindfulness. Estudos mostram que programas de saúde corporativa aumentam o bem-estar e diminuem em até 25% os casos de esgotamento.
  4. Reconhecer e Valorizar os Esforços da Equipe
    O reconhecimento regular, seja por meio de recompensas financeiras ou até mesmo elogios públicos, tem um impacto positivo significativo na motivação dos colaboradores. Esse tipo de prática reduz o desgaste e fortalece o vínculo do colaborador com o ambiente corporativo.
  5. Fornecer Treinamentos sobre Inteligência Emocional e Resiliência
    Oferecer capacitações para desenvolver a inteligência emocional ajuda os profissionais a lidar melhor com o estresse. Treinamentos em resiliência são igualmente eficazes para ensinar o colaborador a gerenciar as adversidades do trabalho de forma saudável.

Como o Colaborador Pode Cuidar da Sua Saúde Mental?

  • Praticar Autoconhecimento e Autocuidado
    Identificar os próprios sinais de exaustão é essencial. Técnicas de relaxamento, como respiração profunda e atividades físicas, auxiliam na redução da tensão diária.
  • Buscar Apoio Profissional
    Em casos de burnout, o acompanhamento psicológico é fundamental. Além disso, é interessante verificar se a empresa oferece suporte psicoterapêutico ou planos de saúde que cubram consultas.
  • Desconectar-se Totalmente nos Períodos de Folga
    O hábito de checar e-mails fora do expediente aumenta o risco de burnout, pois gera uma sensação de trabalho contínuo. Desconectar-se de verdade durante os períodos de folga ajuda a reestabelecer a energia para o próximo dia.

O burnout é uma condição que afeta cada vez mais profissionais, mas pode ser evitado e gerenciado quando há medidas preventivas e apoio por parte da empresa. A promoção de um ambiente de trabalho que valorize a saúde mental é não apenas uma obrigação legal, mas também um diferencial competitivo para as organizações que desejam colaboradores engajados, motivados e produtivos. A responsabilidade pela saúde mental no trabalho é compartilhada entre empregador e colaborador, e, com o apoio certo, é possível desenvolver carreiras de longo prazo, saudáveis e satisfatórias.

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